O agronegócio brasileiro demonstra mais uma vez sua força e capacidade produtiva, preparando-se para colher a maior safra de grãos da história. As estimativas mais recentes, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam para um volume monumental que deve consolidar o país como uma potência agrícola global. Este desempenho excepcional é o resultado de uma combinação de fatores, incluindo condições climáticas favoráveis em regiões chave, o investimento contínuo em tecnologia no campo e a expertise do produtor rural brasileiro para maximizar a produtividade.
A projeção atualizada indica que a produção total de cereais, leguminosas e oleaginosas alcançará a marca impressionante de 341,2 milhões de toneladas. Esse volume representa um crescimento robusto de 16,6% quando comparado com os números registrados na safra de 2024. Em termos absolutos, estamos falando de um acréscimo de 48,5 milhões de toneladas em apenas um ano, uma expansão que evidencia a resiliência e a capacidade de resposta do setor agrícola a um cenário de crescente demanda global por alimentos.
Os grandes protagonistas por trás deste marco histórico são, indiscutivelmente, a soja e o milho, que juntos somam quase 90% de toda a produção nacional. A cultura da soja, principal commodity agrícola do Brasil, deve atingir uma colheita de 165,9 milhões de toneladas, o que significa um aumento significativo de 14,5% em relação ao ciclo anterior. Esse volume reforça a liderança brasileira no mercado mundial da oleaginosa, sendo fundamental para a balança comercial do país e para a cadeia de produção de proteínas animais.
O levantamento também compilou as expectativas de 18 casas para os números que serão divulgados pelo USDA na próxima terça-feira (Foto: Gustavo Bonato/Reuters)
Paralelamente, a cultura do milho também apresenta um desempenho extraordinário, com uma produção total projetada em 138 milhões de toneladas. O grande destaque fica por conta da segunda safra do grão, popularmente conhecida como “safrinha”, que sozinha será responsável por 112 milhões de toneladas. Este volume representa um crescimento espetacular de 22% em relação a 2024, demonstrando como a tecnologia e o manejo adequado transformaram a segunda safra em uma das principais fontes de cereais do país.
Embora em menor escala, o arroz também contribui positivamente para o cenário geral, com uma produção estimada em 12,4 milhões de toneladas, marcando um crescimento de 17,2%. Em contrapartida, alguns cultivos apresentaram retração, como é o caso do feijão e do café do tipo arábica, cujas produções foram impactadas por questões climáticas e de mercado. Essas quedas pontuais, no entanto, não foram suficientes para ofuscar o brilho do resultado consolidado da safra brasileira de grãos.
Um dado interessante vem da cafeicultura, que, apesar da queda no arábica, celebra um recorde na produção de café conilon. A safra desta variedade deve atingir 19,8 milhões de sacas, um volume 15,8% superior ao do ano anterior. Esse crescimento demonstra uma adaptação do setor e uma diversificação que fortalece a posição do Brasil como o maior produtor e exportador de café do mundo, atendendo a diferentes perfis de consumidores com suas variadas espécies de grãos.
Analisando a distribuição geográfica da produção, a região Centro-Oeste se reafirma como o coração agrícola do Brasil, respondendo por 51,4% de toda a safra nacional. O estado de Mato Grosso mantém sua posição de liderança absoluta, sendo responsável por 32,4% do volume total de grãos do país. Na sequência, aparecem o Paraná, com uma participação de 13,5% do total, e o estado de Goiás, que contribui com 11,3%, completando o pódio dos maiores estados produtores.