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Itaú BBA vê potencial de alta no Nubank e eleva recomendação

O Nubank ganhou fôlego no mercado após entrar no Radar de Preferências do Itaú BBA com recomendação de compra. O relatório mensal do banco de investimento aponta potencial de valorização de 34% para o BDR ROXO34, com preço projetado em 18 reais frente aos 13,43 reais da data do estudo. A indicação reposiciona a fintech entre as escolhas táticas do mês, em um cenário de juros altos e competição acirrada no crédito.

A troca no portfólio do Itaú BBA ocorre após um ciclo de resultados sólidos e ganho de escala. O documento destaca a expansão de linhas como empréstimo pessoal e consignado, além do avanço em seguros e serviços. A nova política de limites do cartão de crédito, segundo os analistas, tende a ampliar o volume transacionado e a penetração de produtos, inclusive modalidades de pagamento parcelado via Pix.

O pano de fundo macroeconômico é desafiador. A Selic permanece em 15% ao ano, o que encarece funding e modera a demanda por crédito. Ainda assim, a equipe do BBA vê 2025 como um período de crescimento cauteloso das carteiras, com atenção redobrada ao risco. Nesse ambiente, a tese sobre o Nubank se apoia na resiliência operacional e na disciplina de risco observada após o pico de inadimplência entre 2022 e 2023.

David Velez, Founder and CEO of Nubank, a Brazilian FinTech startup, celebrates his company’s first trade during the IPO at the New York Stock Exchange (NYSE) in New York, U.S., December 9, 2021. REUTERS/Brendan McDermid

A leitura positiva não é isolada. Nas últimas semanas, outras casas revisaram a visão sobre a empresa após a divulgação do segundo trimestre. Houve upgrades e revisões de preço-alvo no exterior e no Brasil, indicando um consenso mais construtivo em torno da estratégia do banco digital. O movimento reforça o argumento de que a companhia atravessa um ciclo diferente daquele observado no IPO.

Números recentes ajudam a contar a história. No segundo trimestre, o Nubank reportou lucro líquido em alta e receitas crescentes, mantendo ganho de eficiência. A base de clientes no Brasil ultrapassou a marca de cem milhões de pessoas, com grande alcance entre adultos bancarizados. Em paralelo, a instituição avançou na monetização via cartões, contas e produtos adjacentes.

Para investidores locais, o BDR funciona como porta de entrada sem a necessidade de conta no exterior. Já quem negocia diretamente na NYSE acompanha a mesma tese por meio do papel NU. Além do potencial apontado no Brasil, houve elevação da recomendação para “outperform” com preço-alvo de 18 dólares em relatórios publicados em agosto, adicionando lastro internacional ao call.

Riscos seguem no radar. A elevação do custo de crédito, a piora do mercado de trabalho ou um endurecimento regulatório podem pressionar margens e qualidade dos ativos. Também pesam a competição em serviços financeiros e a sensibilidade do varejo a taxas e tarifas. Por isso, a leitura do BBA enfatiza execução consistente e calibragem de apetite a risco como condições para o cenário otimista.

Do lado do consumidor, permanece o dilema entre inclusão financeira e endividamento responsável. Expansão de limites e novas modalidades de parcelamento precisam vir acompanhadas de transparência e educação financeira. Para o sistema, a agenda de competição é bem-vinda quando combinada a práticas de crédito que protejam famílias de ciclos de sobrecarga.

Em síntese, o Itaú BBA vê espaço para alta relevante nas unidades do Nubank negociadas no Brasil, ancorado em escala, monetização e qualidade de carteira. A tese, porém, depende de execução num ambiente restritivo de juros. O próximo capítulo virá dos resultados operacionais e da capacidade de sustentar crescimento com controle de risco ao longo do semestre.

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