Uma flotilha internacional que transporta ajuda humanitária para Gaza denunciou ter sido alvo de um suposto ataque aéreo enquanto estava próxima à costa tunisiana. O grupo, que conta com a participação da ativista sueca Greta Thunberg e do brasileiro Thiago Ávila, afirma que um objeto em chamas atingiu o convés da embarcação. Apesar do impacto, ninguém ficou ferido.
Vídeos divulgados pelos tripulantes e reproduzidos por veículos de imprensa mostram o momento em que um artefato incandescente cai sobre o barco. Para os organizadores da missão, trata-se de um ataque por drone. Já o Ministério do Interior da Tunísia contesta a acusação e afirma que o fogo teve origem interna, classificando a denúncia como “sem fundamento”. Até agora, a perícia oficial não foi apresentada.
A flotilha pretende romper simbolicamente o bloqueio imposto por Israel sobre Gaza, levando alimentos, medicamentos e suprimentos básicos. Essa iniciativa se soma a outras missões internacionais anteriores que já enfrentaram resistência da marinha israelense, gerando confrontos, apreensões de barcos e protestos diplomáticos. O episódio mais conhecido ocorreu em 2010, quando uma operação militar israelense contra embarcações da chamada “Flotilha da Liberdade” resultou em mortes e ampla repercussão internacional.
Israel ainda não se pronunciou sobre o incidente mais recente, mas historicamente considera flotilhas rumo a Gaza como atos de provocação política e ameaça à sua segurança. O governo israelense defende que o bloqueio marítimo é necessário para impedir o ingresso de armas no território controlado pelo Hamas, argumento que é amplamente contestado por organizações humanitárias e por órgãos internacionais, que denunciam o impacto sobre a população civil palestina.
Greta Thunberg e Thiago Ávila declararam que o episódio não mudará os planos da missão. Segundo eles, recuar significaria aceitar a intimidação e comprometer a entrega de ajuda a milhares de famílias palestinas que dependem de doações para sobreviver. A viagem segue como símbolo da disputa entre segurança militar e direito humanitário, em um cenário em que Gaza permanece no centro das tensões do Oriente Médio.